A Síndrome do X Frágil é uma condição de origem
genética, considerada a causa mais frequente de comprometimento intelectual
herdado. As pessoas afetadas apresentam atraso no desenvolvimento, problemas de
comportamento e, eventualmente, características físicas peculiares.
Estima-se que 1 em 2000 homens e 1 em 4000 mulheres
sejam afetados pela mutação completa, sendo, na maioria das vezes, os homens
mais gravemente afetados do que as mulheres. As características dos portadores
da Síndrome do X Frágil vêm sendo observadas há muitos anos em pessoas com
atraso de desenvolvimento.
Em 1969 Herbert Lubs, pesquisando uma família onde
dois irmãos apresentavam comprometimento intelectual, localizou uma falha
(sítio frágil) na região distal do braço longo do cromossomo X destes
indivíduos. Nos anos 70, Grant Sutherland estudando a ocorrência do sítio
frágil, deu o nome de X frágil a este cromossomo. Foi possível, então,
caracterizar o conjunto destes sinais e sintomas e passa a ser usado o nome
Síndrome do X Frágil.
Em maio de 1991, três grupos independentes de
pesquisadores, na França, Holanda e Austrália, clonam o gene FMR 1. Este é
o gene responsável pela Síndrome do X Frágil. Os estudos prosseguem, estando já
identificados o X Frágil, nele o gene FMR 1 e a proteína FMRP.
Características
Físicas:
Recém-nascidos não apresentam indícios de aparência
física que antecipem uma suspeita precoce da SXF. De forma semelhante a outros
quadros clínicos, apresentam macrocefalia (perímetro da cabeça maior que o
normal) e hipotonia (baixo tônus muscular), podendo esta revelar-se, por
exemplo, na falta de força para sugar na mamada.
Pessoas afetadas pela Síndrome do X Frágil gozam de
boa saúde e sua aparência pode ser semelhante à de outras pessoas. Algumas
características físicas, entretanto, são frequentes e em geral se tornam mais
evidentes após a puberdade:
-face alongada;
-orelhas grandes e em abano;
-mandíbula proeminente;
-macrorquidia (testículos aumentados),
principalmente no adulto.
Comportamento
da Pessoa com X Frágil:
Pessoas afetadas pela Síndrome do X Frágil
geralmente apresentam comportamento diferente da maioria das pessoas. São
frequentes as seguintes características:
-hiperatividade;
-impulsividade;
-baixa concentração;
-ansiedade social;
-dificuldade em lidar com estímulos sensoriais;
-imitação;
-desagrado quando a rotina é alterada;
-comportamentos repetitivos;
-irritação e "explosões emocionais"
-traços de autismo como:
-agitar as mãos;
-evitar contato tátil;
-evitar contato visual.
Nas meninas afetadas estes traços são mais sutis.
Nelas a dificuldade de relacionamento social é marcada por timidez acentuada.
Muitas vezes as características comportamentais são
os sinais mais sugestivos da necessidade de investigação diagnóstica. Em geral
são pessoas dóceis, que cativam os que convivem com elas. É comum encontrar
terapeutas e professores que torcem por eles e vibram a cada conquista. A mesma
simpatia costumam encontrar entre os funcionários que participam de sua rotina
em casa, na escola, no comércio...
Genética:
Todos os seres humanos são formados por células. No
interior destas células há um conjunto de estruturas denominadas cromossomos
onde se encontram os genes que definem nossas características. O número de
cromossomos presente nas células de uma pessoa é 46 (23 do pai e 23 da mãe), e
estes se dispõem em pares, formando 23 pares. Destes, 22 pares são semelhantes
em ambos os sexos. O par restante compreende os cromossomos sexuais, de
morfologia diferente entre si, que recebem o nome de X e Y. No sexo feminino existem
dois cromossomos X (um recebido do pai e outro da mãe) e no masculino existem
um cromossomo X e um Y ( X recebido da mãe e Y do pai).
A Síndrome do Cromossomo X Frágil é causada pela
mutação do gene denominado FMR 1, localizado no cromossomo X. O cromossomo
X apresenta uma falha na porção subterminal de seu braço longo (Xq27.3) quando
suas células são cultivadas em condições de deficiência de ácido fólico ou que
afetem o metabolismo das bases nitrogenadas necessárias para a síntese do DNA,
Esse cromossomo é denominado X frágil - fra(X).
Nem todas as células do afetado mostram o fra(X), o
que exige a análise de pelo menos 100 células, após o cultivo dos linfócitos em
condições que induzam o aparecimento da falha, para que se possa afastar ou
estabelecer o diagnóstico com segurança.
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