A síndrome de Treacher Collins, também
conhecida como síndrome de Treacher Collins-Franceschetti ou disostose
madibulo-facial, trata-se de um distúrbio de caráter genético autossômico, que
se caracteriza por deformidades craniofaciais.
Foi descrita pela primeira vez pelo oftalmologista
britânico Dr. E. Treacher Collins, que relatou o caso de um paciente que
apresentava anormalidades das pálpebras juntamente com hipoplasia dos ossos
malares. Por conseguinte, Franceschetti e Klein fizeram uma abrangente revisão
desta patologia, conferindo a mesma o nome de disostose madibulo-facial.
Esta rara síndrome afeta aproximadamente 1:40.000 a
1:70.000 nascidos vivos, não havendo predileção por sexo ou etnia.
Franceschetti e Klein levantaram a hipótese de que a
patogenia básica desta síndrome reside na deficiência que ocorre durante a
sétima semana de gestação, devido a uma ação inibitória genética quando os
ossos faciais estão sendo formados.
Esta patologia pode ser identificada já no momento
do nascimento, devido às suas características faciais peculiares. São
observadas fissuras palpebrais antimongolóides, orelhas deformadas e hipoplasia
das eminências malares e zigomáticas, bem como hipoplasia da maxila.
Além das fissuras palpebrais, também são observadas
outras importantes alterações oculares, como coloboma no terço externo da
pálpebra inferior (75% dos casos); falha de cílios na região medial ao coloboma
(50% dos casos); também pode haver coloboma de íris; orifícios dos condutos
lacrimais inferiores podem estar ausentes, bem como a glândula de Meibomius.
Também podem ser observadas fendas do palato
secundário ou palato alto e arqueado, ausência de velum (raramente com atresia
das coanas) e extensão de uma “língua de cabelo temporal” ao longo dos lados
das bochechas. Surdez, geralmente parcial, pode estar presente, em conseqüência
da deformação ocorrida no pavilhão auricular
O diagnóstico desta síndrome é clínico, com base nas
manifestações clínicas apresentadas pelo paciente. A confirmação é feita por
meio de imagens radiográficas, nas quais é possível observar uma série de
alterações craniais.
O tratamento deve ser feito de acordo com os
sintomas e as necessidades específicas de cada paciente. É necessário haver uma
abordagem multidisciplinar, com a intervenção de diferentes profissionais.
Habitualmente, o tratamento desta síndrome está focado nas possíveis complicações
respiratórias e problemas de alimentação, em decorrência da hipoplasia da
mandíbula e da obstrução da hipofaringe pela língua. Em certos casos, é
necessária a realização de umatraqueostomia,
objetivando manter uma via aérea adequada. Algumas vezes, a gastrostomia também
pode ser necessária para garantir uma adequada ingestão calórica. Também existe
a opção de realizar cirurgia plástica para corrigir a estrutura facial.
Nos casos de perda de audição, o reconhecimento
precoce da mesma e sua correção por meio da utilização de próteses ou por
cirurgia, quando possível, é altamente importante no processo de
desenvolvimento do paciente.
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Treacher_Collins.
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Treacher_Collins.
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